terça-feira, 17 de novembro de 2009

CARA DE ANJO, ALMA DE DEMÔNIO

Cara de anjo, alma de demônio.

Essa descrição de Chet Baker, um entre tantos Dorian Grays que já pisaram nessa Terra.
Li esse mês que passou a biografia, do Trompetista citado acima, chamada "No Fundo de Um Sonho - A Longa Noite de Chet Baker" de James Gavin. Foi bem chocante, mas muito proveitoso. A leitura me abriu defnitivamente a porta para o Jazz, entrei pela porta do Cool Jazz da Costa Oeste norte-americana. Eu até já escutava alguma coisa de Duke Ellington, Davis, Armstrong e Lee Morgan, mas não tinha o menor conhecimento de causa, para uma conversa na mesa de um bar por exemplo, aquele entendimento que tenho do Rock por exemplo, de A a Z. O livro veio parar em minhas mãos emprestado pela minha professora de inglês, e veio a calhar que devido a inauguração do Teatro Bradesco fui obrigado a cancelar uma cadeira do MBA o que me deu algumas noites a mais de leitura nas últimas semanas.
Mas falemos mais um pouco de Chet, a única coisa que o cara fez na vida foi, tocar trompete para poder se drogar com Heroína, Metadona, Speedball até o último dia de sua vida, transformar suas mulheres em babás e roubar e se aproveitar da boa-fé de seus fãs e amigos. Um curto e talvez injusto resumo. Afora isso cabe dizer que o cara tocava muito, e de uma maneira muito especial ter o Youtube como companheiro dessa leitura foi excelente. Confere o cara em ação num documentário sobre ele, em seus últimoas anos de vida:

E nesse nos velhos tempos fazendo duas coisas que ele gostava de verdade...tocar e se drogar

Bom esse foi Chet...suicidou-se pulando de uma janela de um quarto de um hotel barato em Amsterdã.


ROCK GAUCHO
é um tema que eu volta e meia trato por aqui...lendo esse livro do Chet, tendo visto recentemente o Cazuza na Globo, lendo toda hora em Blogs e revistas notícias da Winehouse, Britney, Beth ditto, Pete Dohertys...etc...

Cada dia mais eu acho que para consolidarmos uma cena local decente de rock, de vanguarda, pra puxar o resto do país, precisamos de mais engajamento da juventude, dos universitários, dos vagabundos, da imprensa e principalmente dos músicos.
Na minha teoria, falta um líder da cena. Falta um louco, falta gente que venha para causar, que não queira comprar uma atitude. Acho que atitude não se compra. Mas também acho q são muito poucos os que nascem com ela. Mas também acho que PODE-SE FORJAR. É como vender a alma ao diabo. Mas é como eu falo, volta e meia pergunto pra um ou outro, - Tu acredita em Deus? em alma? - a resposta você pode adivinhar, a maioria das vezes é não. Aí eu digo assim, então me vende tua alma por R$ 2,00 já que tu considera que nem tem, eu monto um documento no computador tu assina e eu registro em cartório...em seguida me taxam de louco...na verdade vi algo parecido certa vez nos Simpsons...e num filme aco que Crossroads...mas dá a moral da história.
Pra ter cena, tínhamos que ter uma banda fornecendo material pra Noize, Voids, Mycool e etc da vida. Ficamos todo dia atrás da melhor banda da última semana, do último Hype pq abrimos o canal para todos divulgarem, mas poucos aprenderam a lição de como segurar a atenção como criar a cena. Não bastam muitas vezes somente boas músicas ou somente atitude. Falta essa combinação. O mínimo que se espera de uma banda que se diz punk é que ela tenha atitude punk. Faça algo diferente. Faça o fato, a notícia a atitude. Aí temos os festivais onde não acontece nada, pq é todo mundo profissional.
Nossos artistas não se drogam (só fumam maconha e cheiram cocaína controladamente), não brigam, não quebram tudo. Pô, tem que ser chato. Tem que dar um soco na cara de quem tu ñ gosta. Tem que tocar além do tempo que combinaram que tu tocaria no palco, ou bem menos, mas mandar muito bem e se virar sem dar resposta. Tem que chamar a galera pra cima do palco. Tem que chutar o cara que tentou invadir o palco de volta pra pista. Não pode ficar esperando o que vai acontecer, tem que fazer acontecer.
Se tu tah num festival, invade o palco da outra banda e dá um mosh na plateia. Xinga a banda que tocou antes, toca uma música da banda que vai tocar depois. Um show tem que ser porreta, tem que ser direto, tem que ser avassalador, tem que ser nervoso, tem que ser tenso, tem que ser cool e interessante pra tu curtir cada instrumento, com solos sem virtuose, o solo tem que ter riff e harmonia senão vira punheta. Ah...eu tava irritado mesmo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Franz Ferdinand 30/09/2009 e Arturo Sandoval 25/10/2009

Vou escrever esse post para retomar alguns assuntos em atraso.
Assisti dois excelentes shows ultimamente, bem diferentes, mas amobs muito bons mesmo.

Primeiro foi a concorrida apresentação do Franz Ferdinand em São Paulo.
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Foto: do meu celular tirei da house mix, que foi de onde escolhi ver o show.

Acontece que uma bela manhã vi a promoção das Smirnoff que daria a maioria dos 1.000 ingressos vendendo apenas 500. Corri lá e participei, mas eu não teria visto o show se ao acaso eu não tivesse comentado com minha mãe sobre a promoção, no msn na mesma manhã. Ela ganhou escrevendo a melhor frase...eu não mas como era um par de ingressos, pude ir ver o show, num bate-e-volta fantástico que fizemos com direito a dormir um escorado no outro no aeroporto após o show.
ingresso Franz Ferdinand
A apresentação foi acima de qualquer expectativa, a acústica que eu achei que não ia vingar dado q era um galpão o lugar, foi ótimo permitindo plena interação público banda. Apesar de eu ser fã de ter os cds originais da banda, me envergonhei um pouco ao ver que minha mãe cantou todas as músicas do show sem errar, hehe. O show ainda teve direito a músicos se jogando na platéia, surra na bateria, e uma das coisas que mais gosto quando acontece: a melhor música do show foi justamente uma que não é tão boa em estúdio, com direito a um Kapranos intimando - VAMO QUEBRA TUDO -
me lembrou a diversão do Arcade Fire e a energia do Hives.

Antes de ir ao show, ainda aproveitamos para dar uma passeada ali pelo Bourbon Shopping Pompéia onde também do meu celular tirei uma foto do Teatro Bradesco, mas se tu quiseres conhecer melhor acessa o site que tem uma tour virtual muito bonita e de fácil navegação. Em outro post futuro falo sobre como foi a inauguração.
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O outro show que eu fui da mais alta qualidade, foi o do Arturo Sandoval no Teatro do Bourbon Country, levei a Julinha (que não conhecia a música dele) junto até pra observar a reação.
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Muita gente não é iniciada no jazz, blues, metal, clássica e esses genêros que não são mais fenômenos pop como foram um dia. Entretanto são muito bons. O Arturo fez uma incursão no mundo do jazz explorando o talento de todos os membros de sua banda, abrindo espaço para todos solarem. No trompete o cara mostrou que têm muito recurso, talvez pr isto seus 4 Grammys. quem foi se encantou. Nota baixa para os que não esperavam a música terminar pra aplaudir, mas tudo bem. A observação da Júlia sobre o show, me senti no caribe tomando uma margherita. Ou seja, foi muito bom, o tipo de show raro por essas bandas e que tem de ser apreciado. Detalhe, fui pra lá logo após o grenal do dia 25/10, Inter 1 x 0 Grêmio. Era isso que eu tinha pra repartir com vocês nos próximos posts me cobrem:

- Chet Baker e o Rock Gaúcho
- Inauguração do Teatro Bradesco
- Foto encontrada na Beira do Guaíba datada de 1956, com uma declaração de amor